A greve de 48 horas dos controladores de tráfego aéreo na África Ocidental e Central foi suspensa, informou o sindicato no Sábado.
A greve, que começou na sexta-feira, interrompeu vôos em toda a região e deixou centenas de passageiros retidos nos aeroportos no Sábado.
O Sindicato dos Controladores de Tráfego Aéreo (USYCAA), que convocou a greve selvagem, disse em comunicado que decidiu suspender o aviso de greve por 10 dias imediatamente para permitir as negociações.
“Os serviços de tráfego aéreo serão fornecidos em todos os espaços aéreos e aeroportos administrados pela ASECNA a partir de hoje Sábado, 24 de Setembro de 2022, às 12:00 GMT”, disse o comunicado.
O sindicato disse que mais de 700 controladores de tráfego aéreo aderiram à greve para exigir melhores condições de trabalho e remuneração.
Os controladores trabalham sob a Agência para a Segurança da Navegação Aérea na África e Madagascar (ASECNA), uma agência estatal de 18 membros que gerencia o tráfego aéreo em uma área que cobre 16 milhões de quilômetros quadrados de espaço aéreo.
Em toda a região, as operações aeroportuárias quase pararam enquanto as autoridades tentavam manter as torres de controle operacionais para alguns vôos.
Centenas de passageiros ficaram retidos no aeroporto internacional de Douala, em Camarões, na manhã de Sábado, informou a televisão nacional CRTV.
A transportadora nacional Camair-Co disse na Sexta-feira que cancelou todos os seus vôos devido à greve.
Nsoh Brinston, um passageiro retido que deveria voar para Kigali, Ruanda, disse que o seu vôo foi cancelado.
“Vou ter de gastar mais do que pretendia devido ao vôo que foi cancelado. Vou ter de fazer outro teste de COVID que custa 30.000 francos CFA (US $ 45)”, disse ele.
Ele também teria de encontrar um lugar para passar a noite.
No Senegal, o painel de embarque do aeroporto registrou cancelamentos de vôos operados pela Brussels Airlines, Kenyan Airways e Emirates, enquanto os passageiros se reuniam para verificar se o vôo ainda estava no horário.
Um grupo de estudantes de Brazzaville, na República do Congo, que deveria voltar de Dakar para casa, disse que estava preso no aeroporto porque não podia pagar a passagem para a cidade, a cerca de 50 km do aeroporto.
“Nós deveríamos embarcar às 09:00 GMT, mas ainda estamos aqui”, disse um dos estudantes, pedindo para permanecer anónimo. “Fomos informados de que a situação pode ser resolvida até amanhã.”
“Eu deveria sair às 14:00 GMT. O vôo foi anunciado como programado, mas acabamos de ser informados de que foi cancelado”, disse Maxine Compaore, que deveria voar para Abidjan, Costa do Marfim.
Na Costa do Marfim, oito vôos programados para partir do centro comercial de Abidjan no Sábado foram cancelados.
ANGOAVIAÇÃO 